sábado, 4 de maio de 2024

LIÇÃO 05 – OS INIMIGOS DO CRISTÃO

 
 
 


Rm 6.11-14; 1Jo 2.15-17
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre a expressa necessidade de se resistir aos inimigos de todos aqueles que aceitaram a fé em Cristo e resolveram mudar sua vida. Teremos a oportunidade de refletir sobre a carne, o diabo e mundo, três dos nossos maiores inimigos e que causam os grandes conflitos que temos diuturnamente. Também pontuaremos a oportunidade de entender como podemos vencê-los e permanecer no caminho.
 
 
I. A VELHA E A NOVA NATUREZA
Antes de conhecermos os nossos inimigos, precisamos entender que éramos e o caminho de transformação que nos foi proposto. Na teologia chamamos esse embate da guerra entre a velha natureza e a nova natureza. Vamos entender melhoro tema:
 
1. A velha natureza.
Nas Escrituras Sagradas, o termo é usado tanto para descrever a natureza humana quanto para qualificar o princípio que está sempre disposto a se opor ao Espírito. Tal propensão para as práticas pecaminosas herdamos de Adão, que quando transgrediu afetou toda a raça humana (Gn 4.7; 8.21; Sl 51.5; Rm 7.18). William Barcley (1988, p. 24) diz que: “a carne é aquilo que o homem fez de si mesmo em contraste com aquilo que Deus fez”. É preciso destacar que a carne não pode ser confundida com o corpo, no grego “soma”, visto que este é uma dádiva divina (Gn 2.7) e é o Templo do Espírito Santo (1Co 6.19). A cerca dessa “natureza” a Bíblia nos orienta a não andarmos segundo seus impulsos (Rm 8.1a); nos despojarmos dela (Ef 4.22); e, fazer morrer seus desejos (Cl 3.5).
 
2. A nova natureza.
Esta nova natureza é fruto da regeneração ou novo nascimento, ato que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Esta nova vida nos é transmitida pelo Espírito (Jo 3.8; Tt 3.5). Tal ato é concedido ao crente quando pelo Espírito, ele desliga o pecador de Adão e o conecta com Cristo (1Co 12.13). Paulo ilustra tal mudança de condição quando diz que “éramos zambujeiro, mas fomos enxertados na boa oliveira que é Cristo, e por meio da sua seiva, o Espírito Santo, podemos produzir bons frutos” (Rm 11.17-24; Gl 5.22).
 
3. A guerra interior.
Fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado (Rm 7.18,23). No campo do nosso interior ainda se trava uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos entre si. Paulo tratou da guerra interior que existe em cada cristão com as suas duas naturezas (Rm 7.22.23; Gl 5.17). Nessa batalha “carne versus espírito”, vencerá aquele que dermos a maior preferência (Gl 5.16).
 
 
II. CONHECENDO OS INIMIGOS!
1. A Carne.
O primeiro inimigo é a “carne” (Rm 6.19a; 7.18) do grego: “sarx”. A natureza carnal, a velha natureza que herdamos de Adão depois da Queda (Gn 6.12), uma natureza que se opõe a Deus e que não é capaz de fazer qualquer coisa espiritual para agradar ao Senhor (Gl 5.19-21). A carne refere-se à nossa natureza caída e pecaminosa às vezes chamada na Bíblia de “velho homem” (Rm 6.6, Ef 4.22; Cl 3.9) que surgiu desde a desobediência no Éden (Rm 3.10-12).
 
2. O Mundo.
A Bíblia ensina que não devemos amar ao mundo, pois ser amigo do mundo é ser “inimigo de Deus” (Tg 4.4). O mundo aqui do grego: “kosmos” não é o planeta Terra onde vivemos, mas, é o presente século mau, o grande sistema do mal ao redor de nós (Gl 1.4; 6.14), que é governado por um príncipe (Jo 14.30; 2Co 4.4). É o governo mundial de rebelião contra Deus, e que se opõe ao Senhor Jesus e satisfaz: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.15-17). É sobre este mundo que a Bíblia fala que jaz no maligno (1Jo 5.19).
 
2. O Diabo.
O terceiro grande adversário do homem é o próprio diabo que é o: “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Ele rege os negócios deste mundo mau, e seu grande objetivo é contrariar a vontade e o programa divino no mundo, na Igreja e no crente. Mas, por meio de sua morte e ressurreição, Cristo venceu a carne (Rm 6.1-6; Gl 2.20); o mundo (Jo 16.33; Gl 6.14); e o diabo (Ef 1.19-23) (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 74). Esse inimigo, é o principal agente da tentação. Logo, nos primeiros capítulos da Bíblia, vemos o diabo tentando os nossos primeiros pais (Gn 3); em Mateus 4.3 vemo-lo tentando a Cristo. Paulo escrevendo aos Tessalonicenses diz: “temendo que o tentador vos tentasse” (1Ts 3.5). Aos Coríntios ele escreve dizendo que temia que eles fossem enganados pela serpente (2Co 11.3). Alguns ignoram por falta de conhecimento, outras porque preferem não acreditar. Ignorar o diabo não o fará deixar de existir e de investir contra nós. Acerca disso Paulo diz: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). Pedro também afirmou que: “o diabo […] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8 veja ainda 1Co 7.5; Ef 6.16; 1Ts 2.18; Ap 12.17). Embora, haja anjos decaídos que estão presos (2Pe 2.4; Jd v.6); há outros que estão soltos, como agentes de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Αp 12.7).
 
 
III. O QUE DEUS NOS OFERECE EM MEIO A ESTA BATALHA?
Deus nunca abandonará seus filhos, nem tão pouco o deixará só em meio as batalhas, na verdade Ele já preparou para todos nós equipamentos que podem anular a força de nossos inimigos, mas para isso precisamos:
 
1. Conhecer a armadura.
O dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 802) diz que conhecer é: “perceber e incorporar algo; ficar sabendo; adquirir informações sobre; tomar ou ter consciência de; estar familiarizado com; ter ideia bastante exata sobre; experimentar; dar-se conta de”. Contra os inimigos espirituais não podemos lutar de “qualquer jeito”, nem com “qualquer arma”, nem tampouco usarmos “armadura humana”. Uma vez que lutamos contra inimigos na esfera espiritual e imaterial, precisamos conhecer nossas armas espirituais (2Co 10.3-5), pois Deus nos supriu com elas, e não devemos deixar parte alguma de fora (Ef 6.10). Alguns estão sendo derrotados porque não tem dado a devida importância a estas armas espirituais, e por isso, estão sendo “[…] vencidos por Satanás” (2Co 2.10c; Ef 4.27; 1Pe 5.8).
 
2. Revestir-se da armadura.
Segundo o dicionário da língua portuguesa, a palavra revestir é: “vestir mais uma vez; vestir de novo; cobrir-se com adornos; recobrir; tornar firme, estável e resistente algo lhe aplicando um revestimento para enfrentar situação adversa; armar-se” (2001, p. 2453). No grego a palavra “revestir” é “enduo” que quer dizer: “entrar em uma roupa, vestir duas vezes”. A ideia deixada pelo apóstolo Paulo é que este revestimento serve para “estar firmes” (Ef 6.11), de onde vem a palavra: “histemi” que significa: “ficar de pé, tornar firme, fixar, manter-se no lugar, permanecer imóvel, continuar seguro, ileso, permanecer preparado, ter uma mente firme, alguém que não hesita, que não desiste”. Só assim podemos vencer “as astutas ciladas do diabo”.
 
 
IV. COMO PODEMOS VENCER NOSSOS INIMIGOS?
1. Vivendo em sujeição e comunhão com Deus (Tg 4.7,8a).
A ordem do verbo “sujeitai-vos” exige uma ação passiva, a qual implica alinhar-se sob a autoridade de alguém. Para manter-se firme diante do diabo, da carne e do mundo, o crente precisa estar prostrado diante do Senhor. A única maneira eficaz de resistirmos às artimanhas do Diabo, assim como aos desejos e paixões da nossa própria carne, é nos rendendo incondicionalmente ao Senhor, em plena devoção (Mt 4.10; 1Pd 5.8,9). Esta segunda ordem: “chegai-vos a Deus […]” (Tg 4.8a) indica uma ação ativa dos crentes (Is 55.6). Esta atitude resulta numa reciprocidade de Deus: “[…] ele se chegará a vós”. Confira também (Jr 29.13,14; 33.3; Mt 6.6).
 
2. Vivendo em santidade e humildade (Tg 4.8,10).
A santificação posicional ocorre no ato da salvação quando fomos purificados pelo poder da palavra (At 15.9; Tt 2.14) e, por isso, o Senhor espera de todo cristão uma purificação pessoal (santificação progressiva), prática e constante (Lv 20.7; Js 3.5; 2Co 7.1; 1Ts 4.3; Hb 12.14). Jesus dignificou a humildade nos seus ensinos (Mt 18.4; Fp 2.5-11). Tiago e Pedro afirmam que o resultado da humilhação presente é a exaltação futura: “humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10); “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1Pe 5.6).
 
3. Vivendo no poder de Deus (Ef 6.10).
Enquanto estivermos no mundo não teremos trégua na luta contra nossos inimigos. Como a batalha é contínua nossa capacitação para vencer também deve ser contínua. Precisamos diariamente do poder do Espírito Santo para prevalecermos as hostes da maldade (Ef 5.18). O cristão jamais poderá prevalecer contra o poder de Satanás, da carne e do mundo, sem o poder de Deus. Sabedor disto, Jesus delegou aos apóstolos poder para expulsar os demônios (Mt 10.1; Mc 6.7; Lc 9.1). Na ocasião em que o Mestre ordenou que outros setenta discípulos fossem expulsar os demônios, também lhes conferiu poder (Lc 10.19). Sobre a necessidade do poder para vencer os ataques, Paulo exortou aos cristãos de Éfeso dizendo: “[…] fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10,11).
 
4. Vivendo em constante oração (Ef 6.18).
A luta contra nossos inimigos é uma realidade cotidiana, e nessa batalha não há cessar fogo, de modo que a recomendação apostólica para nós é que: “[…] depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6.13 – ARA), depois das vitórias alcançadas não devemos abaixar as armas, visto que não há momento mais vulnerável na vida de um cristão quando depois de uma grande conquista. Uma forma de evitar essa vulnerabilidade é o crente se fortalecer através da oração (Ef 6.18; Rm 12.12), de modo que não podemos vencer essa guerra com nossa própria capacidade (2Co 3.5).
 
 
CONCLUSÃO
Apesar dos ataques de Satanás, de nossa natureza pecaminosa e do mundo, podemos confiar na palavra de nosso Deus que nos assegura vitória: Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo (2 Co 5.17). Essa nova criatura recebe de Deus a oportunidade de através dele, vencer os inimigos. 


 
REFERÊNCIAS
Ø  SOARES, Ezequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual. RJ: CPAD, 2018.
Ø  SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. RJ: CPAD, 2017.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  WIERSBE, W. W (Trad. Susana Klassen). Comentário Bíblico Expositivo NT. SP: GEOGRÁFICA, 2007.
Ø  HANEGRAAFF Hank (Trad. Marta Andrade). Armadura Espiritual. RJ: CPAD, 2005. 

Por Rede Brasil de Comunicação.
 


segunda-feira, 29 de abril de 2024

LIÇÃO 05 - OS INIMIGOS DO CRISTÃO (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024





 
O PADRÃO BÍBLICO
 PARA A VIDA CRISTÃ –
Caminhando Segundo os Ensinos
das Sagradas Escrituras. 
  








Lição 04
 
Hora da Revisão
A respeito de “A Realidade do Deus da Salvação”, responda:
 

1. Quais são as duas palavras do Antigo Testamento que mostram a ideia de salvação?
No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para mostrar a ideia de salvação: natsat, que significa livrar ou libertar, eyasha, que traz a ideia de conceder vitória ou ajudar.
 
2. Qual o significado da palavra “salvação”?
A palavra “salvação” designa o ato de trazer livramento, de colocar numa posição protegida, de livrar da morte
 
3. Qual a origem da salvação? 
A salvação tem sua origem no próprio Deus.
 
4. Cite, conforme a lição, os efeitos da salvação.
Regeneração, justificação e santificação.
 
5. O que é a presciência divina? 
É a capacidade divina de saber o que há de acontecer no futuro. Por meio de sua presciência. Deus sabe quem há de responder à mensagem do Evangelho, mas isso não significa que foi Deus que escolheu quem será salvo e quem não será.